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Entrevista Professora Maria Celeste

Professora Maria Celeste concedeu a entrevista no deck do Espaço Bio Germânia.

 

A professora Maria Celeste Leitzke, alfabetizou muitos alunos ao longo de 4 décadas em salas de aula. 

Hoje Celeste está atuando no Espaço Bio Germânia voluntariamente, onde desenvolve, junto a uma equipe de profissionais, distintos trabalhos pedagógicos voltados às escolas e à comunidade que frequentam o Parque Germânia. 

Neste dia 15 de outubro, homenageamos a professora Celeste por sua contribuição à educação e pelo seu comprometimento com a comunidade. 

Ficamos encantados com o modo que a professora fala sobre a importância da alfabetização e do hábito da leitura na formação dos seres humanos que irão habitar o planeta no futuro e, portanto, influenciar a política, q economia, o meio-ambiente, a ciência e as artes. 

Celeste destaca também como a relação entre professor e aluno é a base para um bom desenvolvimento cognitivo e o quanto a família pode e deve participar do processo de aprendizagem das crianças e dos jovens.

Destacamos abaixo um trecho da entrevista que fizemos com a professora numa tarde ensolarada no Bio Germânia.

E aproveitamos para agradecê-la mais uma vez por toda a sua dedicação e paixão pela causa da educação. 

-Nossa profissão é, talvez, a que melhor oferece possibilidades de não só ensinar, mas, sobretudo, também aprender.

Aprender a respeitar o aluno, sem prejulgá-lo, em detrimento de qualquer atitude, é a base para que o aluno saiba respeitar e seguir a liderança do seu professor ou professora. Julgamentos precipitados, em que o professor, muitas vezes, sem se dar conta, ofende e magoa o aluno, são o maior desastre para a relação professor e aluno dentro e fora da sala de aula. Lembro de uma experiencia que tive com um aluno, o Christopher, em 1986 na Escola Estadual Plácido de Castro.

Tínhamos um acordo em que os alunos deveriam estudar a leitura, diariamente, em casa, para que no dia seguinte durante a aula de leitura se saíssem bem na gincana “Eu adoro ler e escrever”. O Christopher já lia bem, mas naquele dia sua leitura estava deficiente e então eu falei: “Christopher, ontem tu não estudaste a leitura em casa conforme o combinado”, ao que ele retrucou imediatamente:

“ A Senhora não pode afirmar isso, porque, não passou a tarde de ontem comigo”. Imediatamente eu constatei que ele tinha razão e disse:

- “Christopher, tens toda a razão, vou reformular a pergunta”:

-“ Christopher, eu acho, que ontem tu não estudaste a leitura porque não leste hoje tão bem quanto lês todos os dias” E, então, ele imediatamente respondeu:

“ Mas a Senhora tem razão, porque eu não estudei mesmo! Mas eu, também tenho razão, não tenho professora? A Senhora não estava comigo para saber se eu tinha estudado ou não.”

O respeito na relação entre alunos e professores deve ser, sempre, uma via de mão dupla. Outro grande aprendizado para mim foi o constatar que os alunos gostam que lhes demos limites. Isto, na sua interpretação, lhes diz que temos interesse por eles. Vivi histórias interessantíssimas, também nesta questão.

Incluir a família no processo ensino-aprendizagem do aluno é também fundamental. Já afirmou Matei Jacobsen muito acertadamente:

“ATRÁS DE UMA CRIANÇA QUE ACREDITA EM SI MESMA TEM QUE HAVER UMA FAMÍLIA QUE ACREDITOU PRIMEIRO”.