A complexidade do cenário de inovação tecnológica para a educação
Janio Alves, Superintendente Geral do Colégio Israelita Brasileiro
A educação como prioridade para transformar pessoas e comunidades é a premissa que guia o Instituto Jama, desde a sua fundação, há 13 anos. Investimos em projetos e parcerias que possam realizar este propósito com integridade e com a seriedade que o assunto deve ter. Sempre nos inspiramos em pessoas e modelos de trabalho que auxiliem neste caminho.
Quando o assunto é tecnologia e inovação em educação, logo pensamos no Colégio Israelita Brasileiro (CIB) e na sua equipe diretiva, a frente da implementação de um modelo de educação considerado inovador no estado. Fomos conversar com Janio Alves, superintendente geral do CIB sobre o tema da aceleração digital e sua influência na educação, sobretudo visando refletir sobre o contexto da escola pública, nosso principal foco de atuação.
Janio comentou sobre o caso do CIB, como a presença da tecnologia, elaborada com meio e fim, interfere na construção de uma escola tecnológica e que, por isso depende, diretamente de infraestrutura e de uma política de uso, atrelados ao projeto pedagógico, regente de toda essa nova situação.
O superintendente destacou também a necessidade de integrar professores e demais colaboradores à escola nesta "nova" forma de educar e se educar. Pois a complexidade depende de se compreender os fundamentos desta nova escola "tecnológica", ter tempo e condições para implementar as mudanças inerentes ao processo e estar sempre atento à maneira pela qual a comunidade recebe e vive essa realidade.
Janio reflete sobre como a tecnologia vista como meio pode facilitar o processo de ensino, desde que tenha sinergia com o projeto pedagógico e como fim, na implementação do currículo de competências digitais por exemplo, um cenário de cada vez mais alcance para a sociedade como um todo, incluindo o mercado de trabalho.
O desafio, percebe-se, é de ordem de infra-estrutura, problema presente em grande parte das escolas públicas, mas também, implica mudanças no modo de pensar e gerir escola. Há de se buscar caminhos para a atualização dos modelos de formação de professores pautados na nova aceleração digital e, essencialmente, investir no reforço das matérias escolares de base: a matemática e o portugues, fundamentais para que a inovação de fato avance e faça sentido no campo do pensamento computacional. Ou seja, ao mesmo tempo em que precisamos investir em novas ferramentas, devemos focar nos aprendizados que sustentam a efetividade da inovação, uma equação complexa que exige esforço de vários atores e agentes.